quinta-feira, 30 de junho de 2016

A borracha mágica

Situação:

Existem muitas palavras: feias, bonitas, grandes, pequenas, alegres, tristes, fáceis, difíceis. Imagina que tinhas uma borracha mágica que te permitia apagar as palavras que tu quisesses de todos os dicionários e nunca mais ninguém as poderia utilizar. Que palavras seriam essas? Porque as apagarias?

Texto:

A borracha mágica

Um dia, eu fui para o Espaço Crescer, e estava a apagar, quando, de repente a borracha ganhou vida depois eu dei de nome Borracha Mágica.
No dia seguinte, dizia à Borracha Mágica para apagar palavras, por exemplo: cão, gato, flor, erva e nuvem.
Mas quando dizia borracha nos textos ela não apagava então ela parou de ser mágica.
Durante alguns tempos ela só apagava se nós pegássemos e riscava e ela apagava.
Então a borracha ganhou vida e viveu feliz para sempre.



Escrito por uma menina de 8 anos na atividade de Escrita Criativa nas férias escolares de verão 2016 no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Noite de luar

Situação:
Numa noite de luar, em que existiam muitas estrelas, estavas tu a olhar para o céu e a sonhar. E enquanto sonhavas… uma estrela cadente falou contigo! O que será que ela te disse? Imagina um diálogo entre vocês. Conta-nos esse diálogo por escrito.

Texto:

Um dia estava eu, numa noite de luar, a passear.

Quando vi uma estrela, a falar sozinha. Quando me viu disse para ser eu a guardiã do espaço. E eu disse que não, pois queria ficar com a minha família.
Ela disse “Está bem”. E eu concordei.



Escrito por uma menina de 10 anos na atividade de Escrita Criativa nas férias escolares de verão no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Era uma vez um monstro

Situação:
Estavas muito bem à janela do teu quarto, quando de repente viste um monstro de sete cabeças pendurado na árvore do quintal do teu vizinho. Resolveste pregar-lhe um susto para ver se ele saía de lá, mas não querias que ele te visse pois podia fazer-te mal. Não o conhecias. O que fizeste? Ficaste a conhecer o monstro? Conta-nos como.

Texto:
Era uma vez um monstro

Era uma vez um monstro de sete cabeças e eu encontrei o monstro.
Um dia o monstro disse:
- Tu vais a bem ou vais a mal?
- Eu vou embora.
- Então vai.
E ele foi embora.
Um dia chovia e ele foi embora e nunca mais voltou.
Digo, foi em tempo, começou a dar muito sol.
Ele nunca mais voltou, e ficaram todos felizes. Um dia esteve nevoeiro, e o sol foi embora.


Escrito por um menino de 7 ano na atividade de Escrita Criativa nas férias escolares de verão no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Missão Cumprida

Situação:
Imagina que certo dia vinhas da escola, a caminho de casa e encontraste um envelope que estava no chão. Pegaste no envelope e dentro dele estavam: um mapa, uma carta e uma chave. Faziam parte da missão de uma aventura. Que missão era essa? Tu eras o herói responsável por resolver esta missão. O que fizeste para a resolver?

Texto:
Missão Cumprida

Numa tarde de sol, quando vinha da escola muito cansada, vi um envelope no chão. Naquele envelope a missão que estava lá escrita era procurar um gato desaparecido.
Na missão apenas havia alguns dados. Dizia que o dono do animal vivia na Rua 25 de Abril, Travanca. Esta era a única informação.
Quando acabei de ler a carta, guardei-a no bolso do meu casaco e corri até à rua indicada. No início da rua estava afixado um cartaz, num poste de electricidade, com a informação que tinha lido. Estava um senhor muito atarefado a trabalhar no campo e eu perguntei-lhe:
- Sabe qual é o número da casa em que desapareceu o gato?
- Sim, sei. É aquela casinha pequena, amarela e baixa. É o número 320.
Decidi ir àquela e toquei à campainha.
- Triiiiim!
Apareceu à porta uma senhora idosa, muito pequenina a chorar. Percebi logo que o gato que desapareceu era a sua única companhia. Eu perguntei-lhe:
- Está assim por causa do seu gato?
- Sim, sim. Porquê? Já o encontraram?
- Ainda não, mas vamos conseguir, tenho a certeza. Diga-me a cor do pêlo do gato, por favor.
- É um gato preto e branco.
- Muito obrigada senhora. Mal o encontrar eu trago-o aqui.
- Até amanhã menina! Adeus!
- Adeus. Até amanhã.
Eu já muito, muito cansada fui para casa descansar. Contei tudo à minha mãe e ela disse que tinha que descansar para conseguir trabalhar.
De manhã cedo, acordei e procurei por toda a aldeia o gatinho. Depois de algumas horas passadas, eu encontrei o animal. Ele estava assustado e eu disse-lhe:
- Não tenhas medo, não te vou fazer mal. Sei que estás perdido e vou-te levar a casa.
- Miauuuuu…
- Isso quer dizer um “obrigado”?
- Miauuuuuu…
- Já percebi, isto é um “sim”!
Peguei no gato ao colo e levei-o a casa.
A senhora estava a regar as flores e eu chamei-a para entregar-lhe o animal. Ela agradeceu-me do fundo do coração pela ajuda que lhe dei.
Depois de tudo resolvido, suspirei de alívio e fiquei feliz, porque este era o meu objectivo.

Escrito por uma menina de 10 anos na atividade de Escrita Criativa no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/)

domingo, 19 de junho de 2016

O Milagroso Casamento


Logo de manhã todos acordaram com o galo vistoso a cantar:

- Cocorocó!

Era assim no belo castelo de Santa Maria dos Milagres, onde iria decorrer um acontecimento muito importante: o casamento de Maria Antonieta com José Mário.

Foram convidadas muitas pessoas: o Zé da Farmácia, a Menina da Rússia, o Zeca Afonso e o Baltazar.

O Zé Padre estava atrasado e de repente apareceu o Pai Natal Barbucha com as suas renas pelo céu em grande velocidade e gritou pelo ar:

- Ho Ho Ho! Quem precisa de mim?

E os noivos respondem:

- Nós não precisamos de um Pai Natal, precisamos é de um padre!

E o Pai Natal diz muito ofendido:

- Vocês não sabem que eu sou padre nos tempos livres? Ou pensam que eu só trabalho uma semana por ano?

Finalmente começou a cerimónia. O cozinheiro lembrou-se e disse a todos:

- Vou fazer esparguete. Quando estiver pronto aviso!

Acabada a cerimónia, chegou a bailarina e disse:

- Vamos começar a festa!

O Zé da Farmácia pega na mão da Menina da Rússia e salta para a pista de dança e começa a dançar.

A bailarina faz sinal e saltam todos para a piscina. De repente, o Baltazar sente-se mal e o Manel da China pega na bóia e salta para a piscina para o salvar.

O cozinheiro grita da cozinha:

- Saiam todos da piscina em 5 minutos, pois o comer está pronto!

Começa assim o banquete e todos estão alegres. De repente, sente-se um cheiro a queimado no ar e o Zeca Afonso pergunta ao cozinheiro:

- Estás a preparar mais alguma coisa deliciosa?

E o cozinheiro responde:

- Sim, é um batido de framboesa com morango. Porquê?

- Porque está a cheirar a queimado!

O cozinheiro foi lá dentro e viu que o móvel estava a arder. Então, disseram todos muito aflitos:

- Chamem os bombeiros!

Passado nem 5 minutos chegou o bombeiro Sam. O Pai Natal disse:

- Obrigada por ter vindo salvar este belo casamento! Dstá tudo a arder, despache-se!

O bombeiro Sam foi a correr para as chamas, onde conseguiu apagar tudo.

As pessoas ficaram todas sãs e salvas e assim puderam continuar o casamento.

A noiva estava tão divertida a dançar e de repente rebentou-lhe as águas.

A enfermeira, que estava perto, foi logo a correr ter com a noiva, mas como reparou que não tinham tempo para ir para o hospital, teve que começar o trabalho de parto no quintal.

O lindo bebé nasceu saudável e todos deram-lhe o nome de Manuel Quintaleta.

Apesar de todos os desastres, o dia acabou da melhor maneira.


- Personagens e autores do texto:

Galo - Maria

Maria Antonieta – Inês

Menina da Rússia – Luana

Zeca Afonso – Joana

Baltazar – Joana

Cozinheiro – Pedro

Zé Padre – Zé

Pai Natal – Bia

Bailarina – Bia

Zé da Farmácia – Luana

Bombeiro – Pedro

Enfermeira – Sofia

Manel China – Joana

Bebé – Inês

José Mário – Inês

Atividade de Escrita de Conto e Dramatização nas férias escolares de natal 2015/16 no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/)

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Jogar matemática para estudar


Correm pelas redes sociais, onde professores de matemática se encontram, várias sugestões de sites onde é possível jogar e estudar matemática em simultâneo.

Ontem, sendo esta a última semana de aulas e quando os trabalhos de casa são poucos ou nenhuns, os alunos do 2º ciclo e do 1º ciclo do Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/) experimentaram 3 dessas sugestões deixando a sua opinião sobre cada uma delas:

- Play Kachi - aplicação apenas para dispositivos móveis; como não dá no computador não foi escolhido por ninguém porque nem todos têm dispositivos móveis sempre consigo - disponível em https://play.google.com/store/apps/details?id=com.tecfield.PlayKachi&hl=pt-PT.

- That Quiz - menu inicial demasiado complexo para alunos até ao 6º ano e não tem versão em português; talvez seja bom para idades mais avançadas - disponível em http://www.thatquiz.org/

- Hypatiamat - o preferido por todos pois tem uma apresentação muito simpática e apelativa, está em português, é intuitivo e pouco complexo, com as três possibilidades de "Quero aprender", "Quero resolver" e "Quero jogar" - disponível em http://www.hypatiamat.com/

Muitos mais há e no Espaço Crescer, durante as férias escolares deste verão, iremos explorar em diversos momentos do nosso calendário de atividades.

Bons jogos matemáticos!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Dia da criança em Lichinga


Mais um dia da criança em Portugal e lembro-me sempre dos meus alunos em Lichinga (2011), da excelente experiência que foi preparar toda a festa e do sucesso que foi o dia esperado.
Na tentativa de fazer passar os sentimentos que por lá cresceram, deixo aqui alguns excertos do livro Titia amanhã não vou vir, onde relato toda a minha experiência como professora numa escola de 1º ciclo no norte de Moçambique (pode ser adquirido enviando email para abrantes.sonia@gmail.com).

"Depois de várias horas, a escolher, cortar, colar e pintar, começamos a ver os resultados dos preparativos para o dia da criança, com a encenação das profissões, a pintura do cenário para o teatrinho "Branca de Neve e os Sete Anões", a preparação do narrador do teatrinho, e a Branca de Neve ainda sem cabeça e o coração do javali.
Para algumas pinturas utilizámos o exterior da sala. Um dos alunos não resistiu e pintou de verde uma parede azul da escola. Este comportamento menos próprio deu uma ideia que em princípio será realizada: a construção do mural do Dia da Criança. Assim, no dia 1 de Junho, logo após as apresentações teatrais e musicais, os alunos de toda a escolinha serão convidados a pintar o que quiserem, com a cor que quiserem na mesma parede onde este aluno pintou. Espero que seja aprovada a ideia, pois parece ficar excelente pela criatividade dos meninos e meninas dos 2 aos 10 anos, ou mais.

Estas actividades de expressão fazem-me pensar que um dia estes meninos e meninas não terão necessidade de expressar a sua criatividade em momentos violentos de guerra, como o aperfeiçoar da utilização da catana. Para dizer não às evoluções de certa forma não pretendidas, terão ao seu dispôr outros recursos e muita informação. Estou a ler um livro com o título "O Papalagui, discursos de tuiavii chefe de tribo de tiavéa nos mares do sul" e achei que uma parte se adequa ao que aqui se passou, em Lichinga, quando o colonialismo aqui chegou e tentou mudar mentalidades e formas de viver a vida. O livro foi escrito por um chefe de tribo sobre o seu olhar acerca dos europeus na Europa.
Reconheçamos a incontestável felicidade do Papalagui, frustremos as suas tentativas de construir, ao longo das nossas margens banhadas pelo sol, os seus baús de pedra, e de destruir a nossa alegria com pedras, gretas, sujidade, barulho, fumo e areia, como é seu desejo fazer.

Papalagui quer dizer branco, os baús de pedra são as nossas casas e prédios, as gretas são as portas que temos para entrar em todas as casas e dentro das próprias casas, a sujidade é tudo o que podemos imaginar que vamos comprar aos supermercados e afins, o barulho é especialmente dos transportes e música de rádio.
Já não são tribos, mas a herança deixada pelo colonialismo não tem os efeitos que eram pretendidos. Deixou a memória de que são vistos como povo inferior, deixou a certeza que quem é alfabetizado é superior mesmo não sabendo em quê, deixou o desejo de sair daqui para viver como os europeus dizem ser melhor, deixou a vontade ficar cá e ser exactamente como são desde os primórdios sem evolução para o que não lhes interessa. Terceiro mundo? Cada vez mais ambíguo este conceito...
"

"A preparação do Dia da Criança está decorrer sem sobressaltos, até porque os alunos deliram com qualquer promenor. Por exemplo, “Titia, o príncipe matou-se” o que servia para me avisar que o príncipe ficou sem cabeça. As profissões não estão a 100%, mas o que é perfeito? Nada. Desde que eles façam o que lhes der mais interesse e os torne mais activos e com aprendizagens significativas, por mim está bom."

"Quando começaram os preparativos para a festa de comemoração do dia da criança os alunos tiveram oportunidade de cantar e dançar várias músicas e escolher uma sequência que incluía música de entrada e uma de saída, tudo organizado pela Isaura. Fiquei contente ao aperceber-me que os alunos escolheram a dança do Mogli para a saída. E assim aconteceu no dia, orgulhosamente saíram ao som das suas vozes e com os gestos adequados. Foi surpresa para a plateia pois ninguém tinha visto esta dança. Ainda hoje ouço alunos de outras turmas a cantarolar a música."


"A festa de comemoração do dia da criança correu melhor do que eu esperava, pelo menos para a 2ª classe. As profissões foram o auge, pois os alunos falaram alto e com convicção do que queriam dizer. O teatrinho dos fantoches não correu tão bem pois os alunos baralharam um pouco os bonecos, mas o Ebraim, como narrador, leu muito bem. Tão bem que até a mãe do Ettor depois veio ter comigo para pedir esclarecimento do porquê do seu filho não saber ler como o Ebraim. Lá lhe expliquei que deve ler muito em voz alta em casa. Mas acrescentei que não se deve preocupar muito pois a maioria dos alunos está ao nível dele. Sobre as danças e músicas, foi bom mesmo sem ter os fatos do museu pois a direcção da cultura não autorizou. Mesmo assim, cantaram e dançaram sem vergonha. Posso dizer que me orgulhei deles. O Abdala e o Herson faltaram à festa, como é normal com eles, pois são alunos que fazem bem os testes e fichas, mas o sentido de assiduidade e responsabilidade não está muito presente... No final demos um saquinho a cada um com prendinhas. O Nilson delirou com o carrinho pequeno de plástico amarelo que lhe calhou. Fartou-se de gabar o carrinho que a Tia Marta lhe deu, muito embora ele saiba que foi o projecto e não eu pessoalmente.

Bom Dia da Criança!