quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dia da Mulher Moçambicana, 7 de abril

No dia 7 de Abril comemora-se o Dia da Mulher Moçambicana. É feriado nacional. As mulheres trabalhadoras da machamba e da escolinha, todas do Projeto Seiva ao qual pertenço, e nós, as voluntárias, este ano fomos de capulana azul com flores amarelas.

Fotografia tirada por Júlia Vasques

Fomos de viatura até ao recinto da festa, sendo eu a conduzir com a caixa do carro cheia de mulheres da escolinha. Foi numa dessas levas de pessoal que comecei a ouvi-las cantar em dialecto com o meu nome pelo meio. Quando perguntei o que era elas disseram para eu não me preocupar, para não ficar triste porque tenho a minha família que está perto, elas são agora a minha família, diziam elas. Quando chegámos continuaram a dançar e a cantar o mesmo. Pareciam tribais... Senti-me confortada pelo seu apoio, por se darem como podem e com o que podem.





Cada grupo de mulheres de toda a cidade e arredores tem a sua capulana característica. Esses mesmos grupos, ao encontrarem um espaço de tempo disponível por uma espera qualquer, formavam um círculo e logo começavam a cantar e a dançar, indo à vez para o centro da roda. É incrível a dinâmica destas mulheres!






Como um bom evento, este dia foi enriquecido por grupos de cantares, dança e teatro. Este grupo representou as várias províncias de Moçambique (de sul para norte): Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Zambézia, Tete, Nampula, Cabo Delgado e Niassa. O Niassa aqui merece especial destaque!








Vários são os grupos representativos das mulheres moçambicanas, cada um com o seu traje constituído por capulanas e t-shirts iguais com frases estampadas alusivas aos direitos das mulheres. 







Conheci o grupo das senhoras que representam as mulheres da administração do governo da província do Niassa, cuja capital é a cidade de Lichinga.


Como este, circulavam imensos grupos de mulheres todas vestidas a rigor e consoante aquilo que representavam. A grande maioria estava a circular ou em roda a cantar e a dançar. Conseguimos “apanhar” um dos grupos sentado à sombra no jardim que circunda o monumento dos heróis moçambicanos, local que não se pode fotografar sem autorização do governo, e local de destaque neste dia. Conversámos com eles sobre o grande significado de liberdade que este dia representa para elas.







Como uma oportunidade de se expressar livremente, as mulheres de Lichinga vestiram t-shirts com mensagens variadas, cujo tema central é a luta pela paz e contra a pobreza. Admiro estas mulheres por comemorarem este dia mesmo 40 anos depois da morte da sua heroína, Josina Machel. Mas deixa-me a pensar se a evolução desde 1971 foi significativa. Parece ser, pelos cargos de poder que cada vez mais as mulheres vão ocupando. Mas para isso ainda têm que ser associadas da Frelimo. Será isto evoluir para a democracia que desejam?
A pressão é tanta que, contam elas muito felizes, neste dia há mulheres que aproveitam e batem nos maridos, pois sabem que eles não podem bater, como costumam fazer todos os outros dias do ano. 

Bater e comer, são verbos comuns na vida de um casal...

Para além de organizações que se vê que defendem os direitos das mulheres, circulam também pelas ruas grupos de danças, onde as mulheres são as dançarinas e os homens são os que tocam instrumentos como o batuque e outros que eu nunca tinha visto. Num desses grupo encontrei as tão faladas Macua, que representaram a dança Tufu, que é dançar a saltar à corda e sem corda mas de forma muito característica, com a cara pintada com pintinhas brancas. Incrível como até sentadas conseguiam mexer o corpo como dança e saltar à corda, mesmo parecendo que não saiam do chão. Momento único!














Este dia foi repleto de agitação e sensações boas, pois todas as mulheres mostraram realmente quem são, embelezaram-se com as melhores capulanas na cabeça, dançaram como nunca, falaram, cantaram e beberam, beberam muito... 









Retirado de Titia amanhã não vou vir, livro que relato a experiência de voluntariado em Lichinga, Moçambique, de uma docente de 1º ciclo.




Para conversar sobre esta experiência ou adquirir o livro envie email para abrantes.sonia@gmail.com.

Bons dias comemorativos!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Saúde mental



Dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde

É hoje que se comemora um dia dedicado à saúde.
Embora este ano os governantes tenham decidido que se destacariam as doenças transmitidas por vetores, por exemplo, doenças como a malária através de picadas de mosquitos, aqui apenas destaco o tema da saúde mental, pois está diretamente ligada à educação e aos processos de ensino-aprendizagem.
Para saber mais sobre o que a Organização Mundial de Saúde dinamiza e debate neste dia ligado às doenças a destacar este ano, visite o site da Direção-Geral da Saúde clicando aqui.

Por cá, falaremos da saúde mental, pois este dia é também o primeiro dia do último período do ano letivo 2014/2015.
Hoje, milhares de alunos e professores regressam às salas de aula onde, durante pouco mais de 2 meses, darão o tudo por tudo para finalizar o ano escolar da melhor forma.

Os professores, porque tentam criar momentos de avaliação justos e adequados a todos os alunos, tendo alguns até a preocupação massacrante para si próprios de deixar cada aluno preparado para os exames e/ou para o ano letivo seguinte.

Os alunos, porque tentam recuperar as classificações menos boas dos períodos anteriores, esperam manter as excelentes notas conseguidas até agora ou anseiam atingir melhores resultados para subir médias finais.

Mas, o mais estimulante e preocupante ainda está para vir: os exames de final de ciclo.
Acontecem para quem frequenta os 4º, 6º, 9º e secundário.

Crianças desde os 9 anos até jovens adultos, são todos colocados da mesma forma para serem avaliados: numa sala de aula com pouco mais de 1 hora para provarem por escrito aquilo que aprenderam durante o respetivo ciclo que frequentam.

Em quê que isto está relacionado com a saúde mental?
Em tudo!

A saúde mental agradece que as crises de ansiedade, nervosismo, horas a mais debruçados sobre uma mesa, sejam colocados de parte e substituídos por estratégias de estudo e formas de estar mais saudáveis, sem nunca descurar a dedicação aos estudos e o consequente sucesso nos exames.

A pensar nesta fase, o Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/), criou o serviço de apoio psicopedagógico com um psicólogo preparado para acompanhar cada caso durante esta época, para os encaminhar e dar ferramentas para o sucesso académico e pessoal.

Na nossa página, https://espacocrescer2012.wordpress.com/inscricoes/apoio-psicologico/, fica a conhecer as linhas gerais do serviço, mas neste último período letivo, a intervenção passa mais pelo diagnóstico e acompanhamento de cada aluno tendo por base o seu percurso escolar realizado até agora e os objetivos que pretende alcançar.

As sessões são orientadas para:
- o controlo da ansiedade
- saber lidar com medos e receios que prejudicam o estudo e os momentos de avaliação
- a gestão do stress, tornando-o positivo
- técnicas de relaxamento e concentração

Estes quatro aspetos prejudicam muito a saúde mental e a própria saúde física, se deixarmos arrastar o problema a médio longo prazo.
Dores de cabeça. pressão no pescoço, visão turva...
Há um sem fim de sinais aos quais devemos estar atentos pois não são apenas derivados do cansaço mas sim da má gestão mental desta fase do ano.

Isto aplica-se aos alunos e mas aos professores também.
São eles que são os atores principais nesta fase, pois têm que:
- para além de acompanhar os seus alunos, entre 20 a 30 por cada turma
- preparar os testes, corrigir e classificar desempenhos individuais e de grupo
- ter em conta o seu próprio desempenho
- alguns já se candidatam para o próximo ano sem saber se terão trabalho ou não
- gerir a sua vida familiar pois também eles são pais de alunos
- e... 

Podia continuar, mas prefiro ficar por aqui e deixar a sugestão a cada um deles de pararem para pensar sobre o seu esforço físico e psicológico.

Será que está a ser produtivo e é esse o melhor caminho?

No Espaço Crescer temos o espaço e o tempo para isso:

PARAR PARA PENSAR NA MELHOR ESTRATÉGIA

Boas paragens!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Empreendedorismo e Educação


Em outubro de 2014, o Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/), teve o privilégio de estar em Lisboa, no III Encontro da Licenciatura em Educação da Universidade Aberta.
Este convite para darmos o nosso testemunho na Mesa Redonda com o tema Empreendedorismo e Educação: Testemunho, teve origem na boa experiência já comprovada do Espaço Crescer como um espaço onde o Empreendedorismo e a Educação se cruzam.
Tendo frequentado a Licenciatura em Educação da Universidade Aberta, aliei tudo o que aprendi ao longo desses anos à minha paixão pela educação e ensino em geral, das mais várias faixas etárias e contextos de aprendizagem.
Este testemunho surgiu assim, como uma oportunidade para partilhar com os finalistas da Licenciatura em Educação, um exemplo do que podemos fazer quando a nossa vida académica vai ao encontro dos nossos sonhos.
No meu caso, o projeto está à vista, nesta pequena apresentação que aqui deixo.
Muitas são as entrelinhas, que apenas os participantes do encontro assistiram, pois muito há a dizer sobre vários anos de preparação e alguns de execução.
Gostaria de agradecer à Universidade Aberta pelo convite e oportunidade que me deu de, após 2 anos de implementação do projeto, organizar uma pequena sessão onde apresentei o Espaço Crescer e tudo o que ele representa.
Este exercício de preparação de partilha fez com que fizesse uma retrospetiva do trabalho feito. Fez com que pensasse que estamos a seguir o caminho que acreditamos levar ao sucesso académico, pessoal e profissional de quem nos procura e do nosso.
Sim, é um negócio, mas temos presente que quem trabalha em educação não a pode ver como tal, como meramente um negócio. Os frutos que se colhem da boa qualidade dos nossos serviços são a longo prazo e já se começam a sentir, pela positiva.
São entidades como a Universidade Aberta que nos fazem querer e crer ir mais além.
E... Porque não?
Podemos ficar a conhecer toda a informação sobre este encontro clicando aqui, onde se pode também explorar toda a oferta disponível da Universidade Aberta.

Bons empreendedorismo educativos!