segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Um mundo só meu - Crónica


Um certo dia, já deste ano letivo, um aluno de 9º ano que frequenta o liceu em Santa Maria da Feira e o apoio ao estudo no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer em Arada, Ovar, chegou muito aflito pois tinha como trabalho de casa escrever uma crónica com o tema "Um mundo só meu".
Como era um dia muito calmo e só ele é que estava na sala comigo, optei por juntar-me a ele e aceitar também eu o desafio de escrever.
Então, pegámos os dois numa folha e num lápis e seguimos à risca as indicações dadas no manual para a escrita.
Da minha parte o que saiu foi:
À minha volta só vejo árvores, milho e estrume.
Cada época do ano tem as suas particularidades, tem as tarefas pré-definidas. Eu não faço parte delas mas vejo-as todos os dias, alegro-me com elas, admiro-me com a sua precisão, espanto-me com a sua grandeza.
Até estar rodeada por esta realidade, pensei que os pássaros, por exemplo, migrassem certinhos com as estações. Afinal não são todos... Felizmente, pois são um elemento que espero que nunca desapareça. Quer sejam as aves de rapina, que na primavera gritam a sua presença e circundam as presas, as gralhas ou outros mais pequenos.
Quando estou muito ligada ao supérfulo, obrigo-me a lembrar-me deles, do seu canto, da sua busca pelas migalhas e caroços que sobram dos lanches. Sento-me ou encosto-me a uma parede quietinha e espero por eles e quando eles chegam, porque chegam sempre, digo-lhes "Ah! Estás aqui! Ainda bem que voltaste!".

Porquê esta fotografia a acompanhar a crónica?
Raramente partilho fotografias em que apareço, mas desta vez queria juntar a este texto algo que mostra aquilo que sou e nada melhor do que o lenço ao peito e a Flor-de-Lis, já que o tema da crónica era "Um mundo só meu".

Boas escritas!

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