domingo, 11 de setembro de 2011

Professor eu?

Hoje deparei-me com esta citação "Rei eu? Como?! Eu também sinto dor, tenho anseios e necessito de amigos." da autoria de Shakespeare (1564-1616).

Mais à frente fui confrontada com o que acho ser de uma humildade que não significa desvalorização ou falta de dignidade, muito pelo contrário...

"Professor eu? Como ?! Eu também tenho dúvidas, muitas vezes não sei, e necessito muito de estudar."

Assusta-me um pouco quando um adulto que, entre os vários papéis que desempenha na sociedade, desempenha também o papel de educador, e insiste na ideia que se é educador dispensa bem a avaliação de outros e a continuação do desenvolvimento dos seus conhecimentos que levam a outro tipo de desenvolvimento e vice-versa.
Às vezes dou por mim a pensar qual é a melhor estratégia para um sucesso profissional: mostrar que sabe e fazer, fazer, fazer; ou deixar em aberto algumas janelas que ainda não estão prontas a ser fechadas (se é que algum dia estarão) e viver a profissão como algo enriquecedor e não como uma tarefa para a qual estudámos e sabemos como fazer.
Na educação a questão é ainda mais profunda, pois estamos perante a responsabilidade acrescida de "clarificação de valores", "educação para o caráter" e "educação para a justiça". Sobre isto, temos hoje a conhecida "Educação para a cidadania".
Estes conceitos são tão relativos e discutidos em áreas como a psicologia, filosofia e educação, que na minha opinião será difícil encontrar uma e única fórmula resolvente que tenha em conta estes contributos.
Mais do que um tema em estudo, é uma opinião de alguém que está num determinado local, num tempo específico e cultura singular.
Este tema é central no livro de Orlando M. Lourenço com o título "Desenvolvimento Sócio-Moral" (2002, Universidade Aberta), do qual retirei as expressões aqui citadas.

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